segunda-feira, 26 de outubro de 2009

Quando a escola é de vidro

Utilizando a metáfora do vidro a autora descreve a escola em vários aspectos: seriação, o modelo tradicionalista do ensino, a exclusão, os aspectos pedagógicos, a interação e outros.
Ruth Rocha em seu texto, demonstra com clareza como a escola tradicional se centra na figura do professor, sendo ele  o transmissor do ensinamento. Ao aluno somente é permitido receber esse ensinamento, sem estímulo para sua formação crítica e questionadora. É o que Paulo Freire chama de educação bancária. No modelo tradicional de ensino não há liberdade para questionamentos. E caso ocorra essa situação, o aluno é visto pelo professor como um mau exemplo para os outros alunos. A disciplina é rígida e com um grande número de regras a serem seguidas e ao menor sinal de transgressão dessas regras, os alunos são punidos severamente.
A escola tradicional não leva em conta as diferenças dos seus alunos, sustentando a ideia de que todos são iguais. É fato que essa igualdade esconde a desigualdade real. Cada um aprende de um jeito e em tempos distintos. Mas é muito mais prático para o professor manter essa "igualdade" e a não formação de alunos críticos, pois se eles se moldam de uma mesma forma, a tendência é dar menos trabalho a ele.
Os alunos por sua vez, estão acostumados ao seu vidro, quer dizer, a esse modelo, e ao se virem fora dos vidros, se sentem desconfortáveis com a situação e na maioria das vezes ficam desorientados, não sabendo nem como se comportar.
Outro ponto, é que a partir do momento que um aluno é reprovado, não se respeita o seu crescimento natural e seus interesses que mudam naturalmente com a sua idade. O aluno também fala através de seu corpo.
O vidro também se torna uma barreira entre o professor e o aluno e a relação entre eles não consegue ser espontânea e natural, além de muitas vezes nem poder ser compreendida.
Apesar de todas as críticas dadas ao ensino tradicional, ela continua arraigada na prática escolar. E, todos os aspectos vistos no texto abaixo continuam fazendo parte dessa prática.








Ruth Rocha (Esta história é parte do livro: "Este admirável mundo louco")

Quando a escola é de vidro
Naquele tempo eu até que achava natural que as coisas fossem daquele jeito

Eu nem desconfiava que existissem lugares muito diferentes...
Eu ia pra escola todos os dias de manhã e quando chegava, logo, logo, eu tinha que me meter no vidro.

É, no vidro!
Cada menino ou menina tinha um vidro e o vidro não dependia do tamanho de cada um, não!
O vidro dependia da classe em que a gente estudava.

Se você estava no primeiro ano ganhava um vidro de um tamanho.
Se você fosse do segundo ano seu vidro era um pouquinho maior.
E assim, os vidros iam crescendo à medida que você ia passando de ano.
Se não passasse de ano era um horror.
Você tinha que usar o mesmo vidro do ano passado.
Coubesse ou não coubesse.
Aliás, nunca ninguém se preocupou em saber se a gente cabia nos vidros.
E pra falar a verdade, ninguém cabia direito.

Uns eram muito gordos, outros eram muito grandes, uns eram pequenos e ficavam afundados no vidro, nem assim era confortável.
Os muitos altos de repente se esticavam e as tampas dos vidros saltavam longe, às vezes até batiam no professor.
Ele ficava louco da vida e atarraxava a tampa com força, que era pra não sair mais.
A gente não escutava direito o que os professores diziam, os professores não entendiam o que a gente falava...
As meninas ganhavam uns vidros menores que os meninos.
Ninguém queria saber se elas estavam crescendo depressa, se não cabia nos vidros, se respiravam direito...

A gente só podia respirar direito na hora do recreio ou na aula de Educação Física.
Mas aí a gente já estava desesperado, de tanto ficar preso e começava a correr, a gritar, a bater uns nos outros.
As meninas, coitadas, nem tiravam os vidros no recreio.
E na aula de Educação Física elas ficavam atrapalhadas, não estavam acostumadas a ficarem livres, não tinham jeito nenhum para Educação Física.
Dizem, nem sei se é verdade, que muitas meninas usavam vidros até em casa.
E alguns meninos também.
Estes eram os mais tristes de todos.

Nunca sabiam inventar brincadeiras, não davam risada à toa, uma tristeza!
Se a gente reclamava?
Alguns reclamavam.
E então os grandes diziam que sempre tinha sido assim; ia ser assim o resto da vida.
Uma professora, que eu tinha, dizia que ela sempre tinha usado vidro, até pra dormir, por isso que ela tinha boa postura.
Uma vez um colega meu disse pra professora que existem lugares onde as escolas não usam vidro nenhum, e as crianças podem crescer a vontade.
Então a professora respondeu que era mentira, que isso era conversa de comunistas.
Ou até coisa pior...

Tinha menino que tinha até de sair da escola porque não havia jeito de se acomodar nos vidros. E tinha uns que mesmo quando saíam dos vidros ficavam do mesmo jeitinho, meio encolhidos, como se estivessem tão acostumados que até estranhavam sair dos vidros.
Mas uma vez, veio para minha escola um menino, que parece que era favelado, carente, essas coisas que as pessoas dizem pra não dizer que é pobre.
Aí não tinha vidro pra botar esse menino.
Então os professores acharam que não fazia mal não, já que ele não pagava a escola mesmo...

Então o Firuli, ele se chamava Firuli, começou a assistir as aulas sem estar dentro do vidro.
O engraçado é que o Firuli desenhava melhor que qualquer um, o Firuli respondia perguntas mais depressa que os outros, o Firuli era muito mais engraçado...
E os professores não gostavam nada disso...
Afinal, o Firuli poderia ser um mau exemplo pra nós...
E nós morríamos de inveja dele, que ficava no bem-bom, de perna esticada, quando queria ele espreguiçava, e até mesmo que gozava a cara da gente que vivia preso.
Então um dia um menino da minha classe falou que também não ia entrar no vidro.

Dona Demência ficou furiosa, deu um coque nele e ele acabou tendo que se meter no vidro, como qualquer um.
Mas no dia seguinte duas meninas resolveram que não iam entrar no vidro também:
- Se o Firuli pode por que é que nós não podemos?
Mas Dona Demência não era sopa.
Deu um coque em cada uma e lá se foram elas, cada uma pro seu vidro...
Já no outro dia a coisa tinha engrossado.
Já tinha oito meninos que não queriam saber de entrar nos vidros.

Dona Demência perdeu a paciência e mandou chamar seu Hermenegildo que era o diretor lá da escola.
Seu Hermenegildo chegou muito desconfiado:
- Aposto que essa rebelião foi fomentada pelo Firuli. É um perigo esse tipo de gente aqui na escola. Um perigo!
A gente não sabia o que é que queria dizer fomentada, mas entendeu muito bem que ele estava falando mal do Firuli.
E seu Hermenegildo não conversou mais.
Começou a pegar as meninos um por um e enfiar à força dentro dos vidros.
Mas nós estávamos loucos para sair também, e pra cada um que ele conseguia enfiar dentro do vidro, já tinha dois fora.
E todo mundo começou a correr do seu Hermenegildo, que era pra ele não pegar a gente, e na correria começamos a derrubar os vidros.
E quebramos um vidro, depois quebramos outro e outro mais.
Dona Demência já estava na janela gritando:
- SOCORRO! VÂNDALOS! BÁRBAROS! - para ela bárbaro era xingação.
- Chamem o Bombeiro, o Exército da Salvação, a Polícia Feminina...
Os professores das outras classes mandaram cada um, um aluno para ver o que estava acontecendo.
E quando os alunos voltaram e contaram a farra que estava na 6ª série todo mundo ficou assanhado e começou a sair dos vidros.
Na pressa de sair começaram a esbarrar uns nos outros e os vidros começaram a cair e a quebrar.
Foi um custo botar ordem na escola e o diretor achou melhor mandar todo mundo pra casa, que era pra pensar num castigo bem grande, para o dia seguinte.
Então eles descobriram que a maior parte dos vidros estava quebrada e que ia ficar muito caro comprar aquela vidraria tudo de novo.

Então diante disso, seu Hermenegildo pensou um bocadinho, e começou a contar pra todo mundo que em outros lugares tinha umas escolas que não usavam vidro nem nada, que dava bem certo e as crianças gostavam muito mais.

E que de agora em diante ia ser assim: nada de vidro, cada um podia se esticar um bocadinho, não precisava ficar duro nem nada, e que a escola agora ia se chamar Escola Experimental.
Dona Demência, que apesar do nome não era louca nem nada, ainda disse timidamente:
- Mas seu Hermenegildo, Escola Experimental não é bem isso...

Seu Hermenegildo não se perturbou:
- Não tem importância. A gente começa experimentando isso. Depois a gente experimenta outras coisas...
E foi assim que na minha terra começaram a aparecer as Escolas Experimentais.
Depois aconteceram muitas coisas, que um dia eu ainda vou contar...

terça-feira, 20 de outubro de 2009

Memorial Escolar



Comecei a estudar cedo por incentivo dos meus pais. Em 1980, aos três anos fui matriculada em uma escolinha particular próxima a minha casa, em Duque de Caxias - RJ, o Colégio Cebolinha. Era um colégio pequeno que só atendia à Educação Infantil. Hoje (2009) não existe mais. Na época, apesar de gostar do colégio, não me sociabilizava bem com as outras crianças. Eu era muito tímida, tranquila e podemos dizer que tranquilidade não é uma qualidade que combina muito bem com criança (na grande maioria são bem agitados) . Chegava todos os dias chorando em casa, pois meus colegas sempre me batiam ou me machucavam de alguma forma. O mais comum, eram os empurrões que recebia em um dos brinquedos – escorrego – e vivia com os joelhos feridos por isso. Dessa forma, não demorou muito para que não quisesse retornar ao colégio. Meus pais decidiram que no final daquele ano eu mudaria de escola, pois apesar das intermináveis conversas com a professora nada mudou. Ou melhor, fui proibida pela professora de chegar perto do brinquedo em questão.



Em 1981, aos quatro anos, fui matriculada no Jardim e cursei até o Pré Fundamental (atualmente chamado de C.A) em um colégio particular maior, chamado Colégio Santa Luzia. Hoje, é a Faculdade de Serviço Social Santa Luzia. O colégio na época já admitia alunos até o Ensino Médio. Adaptei-me rapidamente ao novo ritmo. Foi aí que conheci a primeira professora que marcaria minha vida, a tia Hilda. Ela era encantadora e dedicada com todos os alunos. Passamos ótimos momentos juntas! Infelizmente no ano de 1982, já no Pré Fundamental, um fato mudaria o rumo da minha vida escolar. Um colega de classe levou para a sala de aula uma revistinha em preto e branco, com desenhos. Então, ela foi passada de mão em mão até chegar a mim. Como toda criança curiosa, folheei a revistinha. Quando cheguei em casa, contei a novidade do que tinha visto no colégio. Minha mãe não ficou tão empolgada com a novidade como imaginei, mas muito chateada com a situação. No outro dia ela foi à escola comunicar sobre a revistinha, que para mim não passava de uma revistinha com figurinhas, mas na verdade era uma revista pornô. A conversa com a professora foi longa, mas ela na verdade não sabia de nada. E fomos todas parar na direção. Lá fui chamada de mentirosa, pois nenhuma outra criança mencionara o mesmo fato. Minha mãe convicta, dizia que me conhecia e sabia que eu não estava inventando ou mentindo sobre o assunto. No mesmo momento outras mães apareceram com a mesma reclamação. A direção pedia mil desculpas a minha mãe pela forma como foi tratado o assunto. Mas ela já havia decidido que eu mudaria de colégio novamente. Eu só tinha uma certeza: não queria ir. Mas não havia mais jeito.



Ficou então decidido que eu entraria para o colégio mais conceituado, tradicional e religioso da minha cidade, o Colégio Santo Antônio. Em 1983, ainda com o sistema de séries e não de ciclos, o colégio não permitia minha matrícula na 1ª série por causa da minha idade (seis anos). Minha mãe então conversou com a madre superiora e ficou decidido que caso eu fizesse a prova de matemática e português, obrigatórias para os alunos com sete anos que tentavam a matrícula no colégio e fosse aprovada, poderia cursar a 1ª série. Caso fosse reprovada nos exames e quisesse realmente ser matriculada na escola, a matrícula deveria ser feita no C.A. Fui sim fazer as provas. Mas confesso que o colégio me assustou! Um colégio ministrado por freiras, com móveis muito antigos, enorme, cheio de regras de obediência, austero por demais, era muito diferente dos colégios por onde havia passado. No dia marcado, lá estava eu e mais um grande número de crianças. A concorrência pela entrada era grande. Fui muito bem recomendada pela minha mãe que fizesse com atenção as provas. Eu tinha apenas seis anos, mas sentia a pressão sobre o que eu faria naquele momento. Fiz a prova com medo de não passar, apesar de não ter dificuldades com as matérias em questão. No dia que sairia o resultado, minha mãe decidiu me levar junto. Quando chegamos no colégio e minha mãe pediu o resultado, a secretária apenas pediu que esperássemos um pouco, pois a madre superiora iria dar o resultado ela mesma. Não era um fato comum! Mas minha ficha tinha uma anotação que determinava isso. Então esperamos... Aparece uma jovem madre, muito sorridente, com uma fala bem suave informando que eu havia passado sim. O pedido do encontro veio, pois daquelas crianças que haviam feito a prova eu fui a única a passar e isso nunca havia acontecido antes. Esse fato me deixou conhecida rapidamente por todos na escola. Mas o que era então um orgulho, ao passar dos anos passou a me incomodar.



Fui então matriculada na 1ª série do Colégio Santo Antônio. A própria madre superiora ficou como minha professora naquele ano e supri todas as expectativas que esperavam de mim. Até a 4ª série foi assim. Tudo tranquilo. Mas, veio a 5ª série e o meu desespero começou. Eu passei para o turno da manhã e a quantidade de professoras e de matérias aumentou consideravelmente. E eu não estava preparada para essas mudanças. A minha dificuldade ficou por conta de uma matéria principalmente: Geografia. Tinha uma professora austera e que sempre tentava me constranger ou me intimidar. O resultado foi a minha primeira nota vermelha. O medo da reação da minha mãe principalmente, fez com que eu começasse a mentir dizendo que as notas só seriam entregues junto com o boletim. Minha mãe não acreditou, mas aceitou. Como era previsível veio a temida nota vermelha no boletim. Depois de muita conversa comigo, minha mãe me fez jurar que estudaria mais e que não mentiria sobre as notas. Prometi, mas a professora fazia questão de entregar em voz alta as notas de cada um, da mais alta até a mais baixa. E, nas aulas, sempre me chamava para que eu respondesse algo que ela tinha a certeza que eu sabia, mas meu pavor era tão grande que nunca conseguia responder nada. Esse impasse durou até o final do ano. Acabei ficando em prova final e precisava tirar 5. Não consegui! A última chance era a recuperação, onde deveria tirar o mesmo 5. O resultado sairia próximo ao Natal. Minha mãe não acreditou no dia em que o resultado saiu: REPROVADA. Quando viu a nota: 4,9, não acreditou. Reprovada por 0,1. Resolveu então falar com a professora. Depois de muita conversa e minha mãe com o principal argumento de que durante o ano eu perdi vários décimos, então porquê não arredondar essa nota para 5. A professora então riu e disse que até poderia fazer isso sim, mas não faria. Eu estava mesmo reprovada por 0,1 e que não me passaria por o único e simples motivo de me considerar imatura. Ao estilo da cantora Maysa, meu mundo caiu. Dessa vez, eu pedi para sair da escola. Minha mãe não concordou. Eu ficaria e mostraria à professora que eu era capaz. No ano seguinte e com a mesma professora, passei direto. Mas esse fato acabou mexendo muito comigo e passei a não me interessar tanto por estudar. Da aluna ótima, virei uma boa aluna e ao longo dos anos meu rendimento tinha altos e baixos. Esse colégio foi o que mais me marcou. Afinal passei 9 anos estudando nele (o Ensino Fundamental completo). Tive uma ótima base, que me permite hoje dar aulas particulares. Como no colégio não havia o Ensino Médio, eu teria que ser matriculada em outro em breve.




Portanto, em 1992, fui para uma outra escola particular, o Colégio Antares. O colégio era novo, com apenas 2 anos de existência. O dono era amigo da minha mãe, pois seus filhos também eram do Colégio Santo Antônio e ele vinha com um projeto novo de abrir uma turma para ex-alunos do Colégio Santo Antônio e do Colégio São Francisco de Assis. Fui matriculada lá, já que me recusei a tentar entrar para colégios como o Santo Inácio, Zaccaria, Bahiense e outros. Como o Colégio Antares não é religioso, algumas regras eram mais maleáveis, mas seguia uma linha muito parecida com meu colégio anterior. O currículo e os programas referentes às matérias eram puxados e rigorosos. Mas um diferencial, era a proximidade maior com os professores, já que isso não acontecia com as freiras pois eram mais reclusas. O que acabou me desequilibrando nesses anos de Ensino Médio foram meus problemas pessoais, que chegaram ao ápice quando eu estava no 3° ano. Em 1994, o projeto da escola era o TTI (Turma Tempo Integral). Tínhamos aulas pela manhã e à tarde só exercícios. O ritmo era puxado, mas valia a pena, já que era a preparação para o vestibular. Infelizmente, naquele ano, meus pais se separaram e meu pai foi embora de casa. Além disso, minha avó, que ajudou a me criar, faleceu rapidamente após a descoberta de um câncer no seio. Esses fatores mexeram com o meu emocional. Apesar de ter o conteúdo, não bastou para que eu conseguisse passar no vestibular. Acabei fracassando! Vejo realmente como um fracasso! Queria muito passar. Decidi então parar por um ano, para tentar achar meu equilíbrio perdido. Muita coisa aconteceu nesse ano em que decidi parar. Aprendi que nem sempre os problemas nos deixam ou simplesmente somem como fumaça. Nada melhor que o tempo para que tudo tome seu lugar. Em pouco tempo muitas mudanças ocorreram, uma delas foi que minha mãe perdeu tudo o que tinha e eu não poderia voltar a estudar em uma escola particular como o pretendido. Decidi esperar mais um ano. Mais uma outra avalanche de acontecimentos e acabei casando em 1997. Fui ano após ano deixando o sonho de entrar para uma faculdade mais distante.



Lembro que fugi dessa filmagem!




Em 2008, depois de 14 anos afastada de escolas, resolvi finalmente enfrentar o vestibular novamente. Nesse tempo nunca parei de estudar em casa e sozinha, mas sentia que tinha chance. Resolvi tentar. Como estava há um tempo dando aulas particulares e moro muito próxima a FEBF, resolvi fazer Pedagogia pela UERJ. Após as provas veio o período da angústia, já que achava que não tinha ido tão bem na prova de História. Mas o jeito era esperar o resultado. Fiquei muito feliz quando vi que havia passado e em 7° lugar. Entrava finalmente para a faculdade e acreditando que estava no caminho certo.
Hoje, curso o 2° período de Pedagogia na UERJ-FEBF e entre mais acertos que erros, ainda tento me adequar ao novo ritmo. Enfim, a cada dia que passa acredito que estou no caminho certo de um projeto que havia deixado por muito tempo escondido dentro de mim.







Ótimo fazer essa retrospectiva do meu processo escolar até aqui. Pena que não tenho mais fotos desses períodos. Mas tenho grande parte desses momentos ainda vivos na minha mente e no meu coração. O que posso dizer é que ponderando tudo o que passei, tenho plena consciência que tive o melhor ensino que qualquer criança poderia ter. Apesar de hoje ver e compreender que existem tantos outros métodos de ensino extraordinários e muito distantes dos valores no qual fui formada nessas escolas tradicionais. Mas nem sempre dei o valor devido, porém soube aproveitar grande parte do ensino recebido.
Entre professores amáveis ou ranzinzas, todos nos marcam, cada um do seu jeito, como todos e tudo que conhecemos ao longo da nossa vida.
Arrependimentos? De não ter aproveitado tudo o que poderia da melhor maneira possível. É claro que na época foram as minhas escolhas, que por sinal achava as mais sábias possíveis. Hoje, mais madura, vejo que nem sempre foram tão acertadas assim. Mas também faz parte da aprendizagem. Espero que quando chegar meu momento de lecionar, reproduza conceitos válidos e instigantes para o meu trabalho. Até lá, sei que muito do que acredito hoje estará em questionamento e poderá sofrer mudanças a partir de novos conceitos que vou conhecendo e assimilando.
Que o futuro então venha!

 
Related Posts with Thumbnails
©2009 Lay, Header e Modificações de HTML e CSS by Simone Marta